Salvamentos em Grande Ângulo

form_sga1A evolução exponencial da sociedade implica a existência de numerosas estruturas verticais de grandes dimensões. Surgem edificações cada vez mais altas, há um elevado número de veículos estacionados na base dos edifícios, árvores, mobiliário urbano, etc., o que dificulta o salvamento com meios convencionais (manga de salvamento, escadas, auto-escadas e plataformas) tornando-o muitas vezes impossível.

Já no aspecto lúdico, é cada vez maior a oferta de desportos radicais (escalada, canyoning, rapel, etc), bem como outras estruturas de lazer (teleféricos), onde a verticalidade aumenta os riscos e condiciona os salvamentos.

O curso de Salvamento em Grande Ângulo, criado precisamente para fazer face a esta evolução, baseado em técnicas de espeleologia e alpinismo, tem como objectivo a formação de equipas de resgate com capacidade para aplicar técnicas de salvamento e auto-salvamento, designadamente em fachadas de edifícios de grande altura, ravinas, etc. Finalizado o curso, os formandos  devem dar continuidade ás práticas ministradas pois é fundamental que se mantenham operacionais, sempre com um elevado espírito de equipa, e em boa forma física. Só com treino regular se podem manter níveis elevados de operacionalidade, fulcrais numa actividade onde a segurança não pode nunca ser menosprezada, já que, mais do que em qualquer outro tipo de salvamento, as nossas vidas bem como as das vitimas que teremos de salvar ou evacuar, estão expostas a um risco permanente.

O Salvamento em Grande ângulo tem um longo caminho a percorrer no seio dos Corpos de Bombeiros, pois é olhado ainda com algumas reservas e questionada a sua utilidade. Pois bem, a utilidade será aquela que lhe quisermos dar, em Guimarães é cada vez mais frequente a utilização deste recurso nos mais diversos tipos de ocorrências, tais como, o salvamento de animais e recuperação de vitimas em poços, salvamento de pessoas em valas e arribas.

A realização frequente de exercícios e simulacros em contextos diversificados, seja no apoio a manobras de salvados em incêndios urbanos, salvamentos em arribas e no teleférico de Guimarães, tem sido o melhor meio de promover e derrubar, reservas e barreiras.

Os Bombeiros devem adaptar-se à constante evolução e aperfeiçoar as técnicas de socorro para dar resposta às necessidades, cada vez maiores, da sociedade actual. Tudo isto, sempre, com a maior segurança, rapidez e eficácia que tem de caracterizar qualquer actuação dos bombeiros.
Alberto Figueiredo

Adjunto de Comando
Formador Externo da Escola Nacional de Bombeiros

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