Encerramento das comemorações do 135º aniversário

A Associação Humanitária do Bombeiros Voluntários de Guimarães encerrou no passado domingo, dia 25 as comemorações do 135º aniversário.

De manhã cedo realizou-se a alvorada pelos Clarins da Fanfarra da corporação, e depois do hastear das bandeiras no quartel seguiu-se a romagem ao cemitério da Atouguia.
Uma hora depois, realizou-se a formatura e o desfile para a Igreja de S. Francisco, para uma missa solene em sufrágio dos bombeiros, sócios e beneméritos falecidos. Seguindo-se depois a receção às entidades convidadas e imposição de medalhas. Destaca-se a homenagem da Direção e Comando a todo o corpo ativo, através de um quadro, bem como o reconhecimento público a empresas e pessoas anónimas que ao longo do tempo têm ajudado esta Associação nas mais variadas formas.

Seguiu-se depois os discursos, destacando-se o aviso deixado pelo presidente da Câmara Municipal de Guimarães em que os cortes às associações de voluntários, onde se incluem os bombeiros, podem conduzir à “anorexia fatal”. O edil vimaranense referiu-se ao corte das gorduras de algumas instituições estatais para lembrar: “nas associações de bombeiros voluntários não há gorduras, o que tem vindo a acontecer é um empobrecimento contínuo que se continuar nestes moldes pode conduzir à anorexia fatal”.
“E nós não podemos prescindir dos bombeiros voluntários enquanto não há alternativas” sublinhou António Magalhães, acrescentando que “não é fácil arrumar com o trabalho de instituições seculares como esta”.
O presidente da Câmara acredita que “é possível fazer mais e melhor por homens e mulheres que dão o corpo em prol do trabalho voluntário”.

O apelo à reflexão sobre o futuro do voluntariado foi deixado também pelo representante da Federação dos Bombeiros do Distrito de Braga e da Liga dos Bombeiros Portugueses, padre José Machado para quem é necessário fazer as contas de quanto o Governo poupa com os bombeiros voluntários. “Não basta dizer que os bombeiros são o braço armado da Proteção Civil, se não lhes dão as armas para que possam lutar e cumprir a missão” afirmou José Machado.

O comandante dos Bombeiros Voluntários de Guimarães, Bento Marques, admitiu que o número de voluntários tem vindo a diminuir, de ano para ano, e que a instituição não tem conseguido mobilizar os jovens para a vida de voluntariado.
Com um plano de formação para cumprir, a par de horas de piquete noturno; horas de piquete ao fim-de-semana e prevenção aos eventos, fica limitado o tempo para a família, assume Bento Marques, que apontou que as regalias, hoje em dia, não são nenhumas, já que até a isenção das taxas moderadoras foi retirada.
A instituição tem sabido responder, como provam os 10 mil serviços realizados em 2011, mas as solicitações são cada vez maiores e as entidades patronais já não dispensam os bombeiros de ânimo leve.

Finda a cerimónia protocolar, seguiu-se o almoço convívio no Hotel de Guimarães.